CPI desiste de quebrar sigilo bancário da Jovem Pan
No retorno dos trabalhos legislativos, nesta terça-feira (3), o relator da CPI da COVID-19, senador Renan Calheiros (MDB-AL), desistiu de apresentar requerimento que pedia a quebra de sigilo bancário da rádio Jovem Pan. A desistência ocorreu após manifestação da ABERT que repudiou a iniciativa e contou com o apoio das diversas associações estaduais.
Em nota, a ABERT afirmou que o pedido, sob a alegação de que a emissora disseminou notícias falsas no âmbito da pandemia, “não aponta qualquer dado ou informação concreta que justifique a adoção de medida extrema contra uma emissora que está no ar há quase 80 anos, cumprindo o papel de informar a população sobre fatos de interesse público”.
Ainda de acordo com a nota, “qualquer tentativa de intimidação ao trabalho da imprensa é uma afronta à liberdade de expressão, direito garantido pela Constituição Brasileira”.
Com a repercussão negativa, Calheiros reconheceu que o pedido de quebra de sigilo “foi um equívoco que aconteceu na nossa ausência de Brasília durante o recesso compulsório”. As atividades da CPI foram suspensas por um período de 15 dias, enquanto o Congresso Nacional esteve em recesso parlamentar.